terça-feira, 8 de maio de 2018

VARIAÇÕES SOBRE UM TEMA


No âmbito do Projeto de Animação Comum e do estudo da obra da autora escolhida – Ilse Losa, a nossa biblioteca  sugeriu a actividade « Variações sobre um tema », aos professores de Português, para levarem a cabo com os seus alunos nas turma. A actividade consistia em partir de excertos de livros variados  de Ilse Losa, lidos na hora do conto e escreverem outros textos, narrativos e descritivos. 

Amizade inesperada
               
“Desesperado e furioso, sentou-se à lareira. Mas o pardal não o deixou em paz. Voou pela cozinha dentro e pousou numa prateleira, mesmo em frente do homem. Fora de si, este pegou no machado para o matar. Mas o pardal desviou-se habilmente enquanto o homem, correndo para o apanhar, escacou a caneca da água.”                                                          “ORA OUVE…”
               

- Anda cá, seu diabo, fizeste-me partir a caneca! Vais pagar caro! Quando te apanhar novamente, não vou falhar!
                Logo de seguida, a mulher do homem entrou em casa e perguntou-lhe:
                - Que fazes tu de machado na mão?
                - Estou a tentar matar aquele pássaro…
                - Não faças isso, eu tiro-o daqui! – interrompeu-o a mulher, preocupada com o pardal. Então, esticou o braço e disse ao pássaro: - Vem cá, meu pequeno! Olha a confusão que armaste!
                O pardal, ao ouvir a doce voz da mulher, voou até junto dela e pousou-lhe no ombro. O homem, espantadíssimo, perguntou-lhe:
                - Mas… mas… como consegues que ele te obedeça?
                - Fácil! A ciência é seres meigo para ele, meigo e delicado. E, se pedires com delicadeza, ele é doce e não estraga nada! 
            - Mas como queres tu que eu seja delicado?! Ele fez-me escacar a caneca da água!
                - Foi culpa tua, ele ainda deve estar assustado. Se não corresses atrás dele com um machado na mão, ainda terias a caneca inteira! Queres experimentar?
                - Eu?! Experimentar o quê? – replicou o homem ressentido.
                - Pegar nele, claro! Vais ver que ele não é assim tão mau!
                Então o homem, mesmo fazendo cara feia, lá se sentou numa cadeira e disse:
            - Pronto, começámos mal os dois, mas estou disposto a tentar ser teu amigo! Vem cá, meu pequeno pássaro! Deixa-me…
                O pardal olhou para ele, afastou-se da mulher e voou para junto da janela, onde pousou suavemente. E diz o homem para a mulher:
                - Vês, ele não vem!
                - Não desistas, chama-o com calma! Lembra-te, ainda há pouco o tentaste matar com um machado!
                - Vem cá, meu pequeno! Não precisas de ter medo. Desculpa a atitude que tive há pouco contigo! Estive mal! Tenho aqui umas sementes para ti! – insistiu o homem com uma voz mais suave e estendendo o braço.
                O pardal, confiando nele, aproximou-se, pousou-lhe no braço e deu algumas bicadas nas sementes oferecidas.
                O homem sorriu e disse:
                - Estás a ver, pequeno, não te faço mal! Tu até não és mau de todo!
                A partir daí tornaram-se grandes amigos, o pardal começou a acompanhar o homem nas suas tarefas diárias e nunca mais se zangaram um com o outro.

Turma 8º D                                                           Ana Rita Gonçalves nº 4              
Catarina Freitas nº 7 
                                                                              Paulo Pereira nº 16
Tatiana Pereira nº 19



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