quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

DIÁRIO DE ESCRITA COM A BIBLIOTECA

 No âmbito da atividade de escrita inspirada pelos quadros expostos nas portas das salas de aula, proposta pela Biblioteca com a colaboração dos professores do Departamento de Línguas, eia o texto escrito por:

GABRIELA RODRIGUES Nº9 8ºB

Inspirada num quadro de Degas: O ensaio de dança da Ópera na Rua Le Peletier


Um sonho mágico!

Num final de tarde de outono, enquanto a chuva caía, delicadamente, sobre as flores do jardim e o vento assobiava aos pássaros que se escondiam por entre as folhas das árvores. Alice treinava sem parar no sótão de sua casa. Ainda era jovem, tinha apenas 14 anos, mas era muito talentosa. A menina treinava para ser a protagonista do espetáculo de ballet que aí vinha. Faltava precisamente uma semana, mas Alice ainda não tinha conseguido fazer bem uma das piruetas, não é que ela não se esforçasse, treinava 3 vezes por semana na escola de ballet e fartava-se de repetir os exercícios assim que chegava a casa, simplesmente não conseguia fazer aquela pirueta!

 Os pais de Alice não eram muito presentes na vida da filha, estavam sempre a trabalhar e só chegavam a casa de madrugada, era raro passarem tempo juntos. Quando a menina chegava a casa, tinha uma rotina muito corrida: fazer os exercícios do ballet, tomar banho, estudar, fazer o jantar, jantar e, por fim, dormir.

         Nessa mesma noite, Alice ainda tinha algum tempo antes de ir dormir, então foi ao quarto dos pais, a uma pequena estante na qual sempre lhe disseram para não tocar e tirou de lá um livro extremamente pesado. Quando pegou nele, um velho pergaminho caiu-lhe aos pés. No início a jovem pensou que fosse uma página igual a todas as outras que se soltara, mas quando viu mais de perto apercebeu-se que não estava em português, nem em nenhuma outra língua que Alice conhecia. Tinha apenas uma frase escrita, bem no meio da folha e, assim que Alice a leu surgiu um clarão de luz e no meio dele algo se movimentava, algo grande, muito grande. À primeira vista a menina não soube o que era, sentiu-se assustada e recuou alguns passos. Quando a luz começou a dispersar-se a jovem conseguiu facilmente identificar a sombra que via, mas não queria acreditar que aquilo fosse real. Diante dela estava um génio mágico! O génio disse que lhe concederia três desejos, mas avisou-a desde logo para pedir com sabedoria porque cada desejo que Alice pedisse iria ter uma consequência.

                  A menina pensou por alguns segundos se seria sensato pedir os desejos, mas depois lembrou-se que desde que não se entusiasmasse e não pedisse coisas absurdas, tudo correria bem. O primeiro desejo foi conseguir fazer a pirueta que tanto treinava; o segundo foi que o espetáculo corresse bem e o terceiro desejo foi que os pais pudessem passar mais tempo com ela. Mal terminou de falar, o génio estalou os dedos e desapareceu tão rapidamente como aparecera. Alice não sabia ao certo o que tinha acontecido, nem se os três desejos que lhe pedira se iriam realizar. Ouviu alguém a chamá-la do andar de baixo, mas como não estava mais ninguém em casa, ficou preocupada. Desceu apressadamente para ver o que se passava. Assim que olhou para a porta de casa viu os pais e ficou incrédula, o seu desejo tinha-se mesmo tornado realidade. Alice pensou que se um dos desejos se tinha realizado, os outros também se realizariam. Então foi a correr até ao sótão, pegou nas sapatilhas de ponta e tentou fazer a pirueta, que para sua surpresa saiu perfeita. Dois dos desejos realizaram-se, mas para saber se o terceiro se iria realizar não podia fazer nada se não esperar até ao dia do espetáculo.

Quando chegou o grande dia, Alice sentia umas borboletas na barriga. Por um lado, estava muito nervosa, mas pelo outro estava confiante que o seu desejo funcionasse. A verdade, é que o espetáculo correu muito bem, superou as expectativas dos espectadores, mas também a das bailarinas. Nesse momento, Alice ouviu a mãe a gritar pelo seu nome, estava atrasada para as aulas, e acordou sobressaltada no sótão de casa. Afinal, tudo isto, não passara de um sonho!

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