No âmbito da atividade de escrita inspirada pelos quadros expostos nas portas das salas de aula, proposta pela Biblioteca com a colaboração dos professores do Departamento de Línguas, eia o texto escrito por:
GABRIELA RODRIGUES
Nº9 8ºB
Inspirada num quadro de Degas: O ensaio de dança da Ópera na Rua Le Peletier
Um sonho mágico!
Num final de
tarde de outono, enquanto a chuva caía, delicadamente, sobre as flores do
jardim e o vento assobiava aos pássaros que se escondiam por entre as folhas
das árvores. Alice treinava sem parar no sótão de sua casa. Ainda era jovem,
tinha apenas 14 anos, mas era muito talentosa. A menina treinava para ser a
protagonista do espetáculo de ballet que aí vinha. Faltava precisamente uma
semana, mas Alice ainda não tinha conseguido fazer bem uma das piruetas, não é
que ela não se esforçasse, treinava 3 vezes por semana na escola de ballet e
fartava-se de repetir os exercícios assim que chegava a casa, simplesmente não
conseguia fazer aquela pirueta!
Os pais de Alice não eram muito presentes na
vida da filha, estavam sempre a trabalhar e só chegavam a casa de madrugada,
era raro passarem tempo juntos. Quando a menina chegava a casa, tinha uma
rotina muito corrida: fazer os exercícios do ballet, tomar banho, estudar,
fazer o jantar, jantar e, por fim, dormir.
Nessa mesma noite, Alice ainda tinha
algum tempo antes de ir dormir, então foi ao quarto dos pais, a uma pequena
estante na qual sempre lhe disseram para não tocar e tirou de lá um livro
extremamente pesado. Quando pegou nele, um velho pergaminho caiu-lhe aos pés.
No início a jovem pensou que fosse uma página igual a todas as outras que se
soltara, mas quando viu mais de perto apercebeu-se que não estava em português,
nem em nenhuma outra língua que Alice conhecia. Tinha apenas uma frase escrita,
bem no meio da folha e, assim que Alice a leu surgiu um clarão de luz e no meio
dele algo se movimentava, algo grande, muito grande. À primeira vista a menina
não soube o que era, sentiu-se assustada e recuou alguns passos. Quando a luz
começou a dispersar-se a jovem conseguiu facilmente identificar a sombra que
via, mas não queria acreditar que aquilo fosse real. Diante dela estava um
génio mágico! O génio disse que lhe concederia três desejos, mas avisou-a desde
logo para pedir com sabedoria porque cada desejo que Alice pedisse iria ter uma
consequência.
A menina pensou por alguns
segundos se seria sensato pedir os desejos, mas depois lembrou-se que desde que
não se entusiasmasse e não pedisse coisas absurdas, tudo correria bem. O
primeiro desejo foi conseguir fazer a pirueta que tanto treinava; o segundo foi
que o espetáculo corresse bem e o terceiro desejo foi que os pais pudessem
passar mais tempo com ela. Mal terminou de falar, o génio estalou os dedos e
desapareceu tão rapidamente como aparecera. Alice não sabia ao certo o que tinha
acontecido, nem se os três desejos que lhe pedira se iriam realizar. Ouviu
alguém a chamá-la do andar de baixo, mas como não estava mais ninguém em casa,
ficou preocupada. Desceu apressadamente para ver o que se passava. Assim que
olhou para a porta de casa viu os pais e ficou incrédula, o seu desejo tinha-se
mesmo tornado realidade. Alice pensou que se um dos desejos se tinha realizado,
os outros também se realizariam. Então foi a correr até ao sótão, pegou nas
sapatilhas de ponta e tentou fazer a pirueta, que para sua surpresa saiu
perfeita. Dois dos desejos realizaram-se, mas para saber se o terceiro se iria
realizar não podia fazer nada se não esperar até ao dia do espetáculo.
Quando chegou
o grande dia, Alice sentia umas borboletas na barriga. Por um lado, estava
muito nervosa, mas pelo outro estava confiante que o seu desejo funcionasse. A
verdade, é que o espetáculo correu muito bem, superou as expectativas dos
espectadores, mas também a das bailarinas. Nesse momento, Alice ouviu a mãe a
gritar pelo seu nome, estava atrasada para as aulas, e acordou sobressaltada no
sótão de casa. Afinal, tudo isto, não passara de um sonho!
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